Belo Horizonte registrou, entre janeiro e março de 2025, 250 ocorrências de furto em condomínios, de acordo com dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp). Isso significa que nos três primeiros meses do ano, 2,7 condomínios foram invadidos e furtados por dia. Apesar do número alto, a Secretaria afirma que houve redução de 3,7% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando 259 condomínios foram furtados.
Já em relação aos roubos, houve aumento. No primeiro trimestre de 2024, o crime não foi registrado em BH. Entretanto, neste ano, já foram três casos.
Os números chamam a atenção para um alerta que é feito constantemente pelo Sindicato dos Condomínios Comerciais, Residenciais e Mistos de Minas Gerais (Sindicon MG): além das forças de segurança, síndicos, funcionários e condôminos precisam estar alertas para as vulnerabilidades que permitem que bandidos consigam praticar os crimes.
O erro mais comum nos prédios da capital é o esquecimento de portões abertos. Na correria, muita gente confia no mecanismo de fechamento automático e parte sem observar se o portão da garagem, por exemplo, fechou. É nessas horas que um ladrão aproveita a oportunidade para entrar sem a necessidade de arrombar portas. “São muitos os casos de síndicos que reclamam conosco que objetos que estavam na garagem foram furtados por pessoas que não acharam nenhum obstáculo para entrar no condomínio”, relata o presidente do Sindicon MG e vice-presidente da Comissão de Direito Condominial da OAB-MG, advogado condominialista, Carlos Eduardo Alves de Queiroz.
Bem vestidos – Além disso, o que mais tem chamado a atenção nos últimos tempos é a modalidade em que os criminosos se vestem bem para não despertar suspeitas e entram nos prédios pela portaria principal, enganando o porteiro ao afirmar que moram ali ou vão visitar um parente. Um caso que chamou a atenção, foi o de uma mulher que disse ser moradora de um condomínio de alto padrão no bairro Luxemburgo e conseguiu levar mais de R$1 milhão em jóias de um dos apartamentos.
Neste caso, a recomendação do Sindicon MG é que os condomínios invistam no treinamento dos porteiros e demais funcionários para que não permitam a entrada de ninguém sem identificação, mesmo que a aparência seja condizente com a dos moradores ou frequentadores do prédio. “Infelizmente, no Brasil, as pessoas estão acostumadas a fazer juízo de valor das outras pela aparência e as que estão dentro de um determinado padrão são consideradas acima de qualquer suspeita. Porém, esse tipo de avaliação pode colocar todo o condomínio em perigo. Assim, a recomendação é não deixar entrar ninguém que não se identificar”, aconselha Carlos Eduardo.
Por fim, o Sindicon MG orienta que os condomínios façam parte da Rede de Vizinhos Protegidos da Polícia Militar e que síndicos e moradores participem das reuniões periódicas feitas nos batalhões para debater a segurança nos bairros. Essas são medidas preventivas que vão apoiar a PM no policiamento ao informar quais são áreas vulneráveis da região.
Além disso, todo crime deve ser informado por meio de boletim de ocorrência, mesmo que a pessoa ache que “não vai dar em nada”, para que o Estado saiba o que está acontecendo e onde deve agir.
Mulher é filmada por câmeras de segurança ao furtar condomínio no bairro Luxemburgo (BH)
Reprodução: câmera de segurança – arquivo