Briga em condomínio vira caso de polícia. Síndico deve agir como conciliador para evitar vias de fato

20/05/2024 | Segurança

Um tiroteio entre dois moradores de um condomínio residencial de Salvador (BA), no dia 2 de maio, deixou vizinhos em pânico e o restante da população chocada. O filho de um deles estava brincando com uma bola em uma área não permitida do condomínio. De acordo com imagens de uma câmera de segurança que filmou toda a confusão, a bola caiu na casa de outro morador, que é ex-síndico do condomínio, e ele não quis devolver quando o outro homem invadiu a casa dele para pedi-la. O homem então, começou a agredir o ex-síndico com socos. Em seguida, volta para casa e busca uma arma. Ao ver o vizinho voltar armado, o morador da casa pega o próprio revólver e os dois começam um tiroteio em meio às crianças e às mulheres de ambos. A polícia foi chamada e as armas foram recolhidas para perícia. O agressor foi ouvido pela polícia e responde em liberdade. (veja o vídeo abaixo)

Casos como esse não são raros em condomínios. Em fevereiro de 2021, um homem atirou em uma vizinha e no síndico do prédio no bairro Sagrada Família, região leste de Belo Horizonte, por causa do latido do cachorro dela. A mulher se feriu, mas o síndico conseguiu escapar dos disparos.

Para o presidente do Sindicato dos Condomínios Comerciais, Residenciais e Mistos de Minas Gerais (Sindicon MG), advogado especializado em direito condominial, Carlos Eduardo Alves de Queiroz, casos como esse mostram a dificuldade que as pessoas estão tendo de conviver umas com as outras com respeito e harmonia. “Nos últimos anos, temos visto muitas agressões entre moradores. Em vez de dialogar, as pessoas estão partindo para brigas e desentendimentos que chegam a casos gravíssimos, que podem resultar em morte. Perdem a cabeça por pouca coisa, se esquecendo de que são vizinhos e que, após o episódio, vão ter que continuar convivendo”, pondera ele.

Como o síndico deve agir? – Para evitar que um problema simples se transforme em tragédia, o síndico pode tomar algumas medidas. A primeira delas é comunicar claramente aos condôminos regras dos condomínio, como locais em que as crianças não podem brincar, por exemplo. Deveria ser senso comum de que a garagem não é lugar para criança jogar bola, mas nem todos os pais entendem que a regra vale para todos e que os filhos deles não são exceção. “Então, o síndico deve deixar um cartaz sinalizando claramente quais espaços devem ser vedados às crianças, para evitar que alguém diga que não sabia”, orienta Carlos Eduardo.

Os condôminos também devem evitar o confronto em situações de desentendimento. O correto é que eles procurem o síndico para expor a situação e permitam que o gestor faça o papel de intermediário, tomando as decisões e medidas baseadas no Regimento Interno e na Convenção Condominial. Essa decisão sempre vai desagradar uma das partes e é preciso que ela compreenda e acate. “Às vezes é um problema simples que escala para uma violência que não tem volta. Por isso, é preciso que as partes se acalmem e evitem o confronto, elegendo o síndico como conciliador. Essa é a maneira mais segura de se resolver desavenças”, conclui o presidente.

Em caso de brigas com violência física e uso de armas, síndico e condôminos devem acionar imediatamente a Polícia Militar, pelo telefone 190.

Vídeo mostra troca de tiros entre vizinhos em condomínio de Salvador Vídeo. Crédito: Reprodução/TV Bahia
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