A conta de água é uma das despesas mais altas de um condomínio. Quanto maior o número de unidades, maior o consumo. Entretanto, principalmente quando se trata de condomínios residenciais, nem todos os moradores têm o mesmo dispêndio. Apartamentos com menor área e menor número de pessoas, em tese, demandam bem menos água para a manutenção geral. Por isso, mesmo com o pagamento da taxa por fração ideal, isto é, por tamanho da unidade, nem sempre o que é pago no rateio corresponde ao que os condôminos consumiram na realidade. Por isso, o ideal é que os condomínios façam a individualização da água.
A individualização consiste na instalação de hidrômetros próprios para cada unidade do prédio. Assim, quando a conta chegar, cada condômino vai saber exatamente o quanto gastou e quanto precisa pagar.
Lei – Nos prédios construídos após 2015 em Belo Horizonte, a individualização da água já é obrigatória, graças à lei 10.838/15, que estabelece a obrigatoriedade da instalação de aferidores de consumo de água individuais em cada uma das unidades em edificações acima de três andares ou seis moradias.
Porém, prédios mais antigos também podem se adaptar. Para isso, é preciso fazer uma obra na rede hidráulica. Antes, o síndico deve levar a ideia aos condôminos e discutir os prós e contras, principalmente em relação ao custo-benefício. “É importante que todos participem da assembleia e discutam o tema com seriedade. Embora não seja uma obra barata, ao longo do tempo, todos podem ver o benefício revertido na conta”, afirma o presidente do Sindicon MG, advogado especializado em direito condominial, Carlos Eduardo Alves de Queiroz.
Meio Ambiente – Além do ganho financeiro, a individualização da água também é aliada do meio ambiente; afinal, quanto menor o consumo, menor também o desperdício. “Muita gente deixa de economizar água porque sabe que vai pagar o mesmo que o vizinho que gasta menos. Por isso, tem morador que não se preocupa em consertar vazamentos, fechar a torneira da pia quando escova os dentes ou toma banhos excessivamente longos. Se cada um for responsável pelo seu próprio consumo, a mentalidade com certeza será outra”, avalia Carlos Eduardo.
O uso consciente da água também foi recomendado pela Copasa durante a última onda de calor. Alguns bairros de BH e de cidades próximas ficaram desabastecidos por causa do aumento do consumo. Esse é mais um motivo pelo qual a água precisa ser urgentemente preservada.