A situação é muito comum. Chega a assembléia para a eleição de novo síndico e nenhum morador se candidata ao cargo. Muitas vezes, os condôminos nem aparecem na reunião. Em alguns casos, o síndico atual aceita ficar mais um mandato, mas em outros, o prédio acaba correndo o risco de ficar abandonado. O que fazer nesses casos, então?
Uma alternativa é a contratação de um síndico profissional. A maior vantagem é que um profissional vai ficar responsável por resolver os problemas do dia a dia, supervisionar obras ou lidar com desentendimentos entre os condôminos. Entre as desvantagens estão os custos – um síndico profissional pode receber entre um e três salários mínimos, em média -, e a periodicidade das visitas, que, em alguns casos se resumem a uma por semana.
Outra opção que o prédio pode adotar é o rodízio entre os moradores. Seguindo a ordem dos apartamentos ou outra qualquer que pode ser combinada entre os condôminos, a cada período, um deles assume a gestão do condomínio. Mas, fica um alerta. Ninguém é obrigado a assumir a função. Incentivos, como isenção da taxa mensal ou pagamento de pro labore também podem ser adotados, desde que dentro das condições do caixa e aprovados em assembléia.
No entanto, o maior incentivo para que um condômino aceite gerir o prédio é a conscientização. Para o presidente do Sindicon, advogado especializado em direito condominial, Carlos Eduardo Alves de Queiróz, os condôminos tem que ter em mente que ser síndico representa mais do que simplesmente pagar contas ou lidar com problemas. “Ele tem que saber que está trabalhando pelo patrimônio dele. O rodízio é a melhor forma, mas os moradores tem que saber que a pessoa vai se dedicar ao prédio, porque tem gente que não dá atenção, não cuida. Todos tem que ter consciência de que o prédio representa a casa de cada um e que ele tem que ser bem cuidado”, diz ele.
O mais importante é que o condomínio não fique abandonado e que não seja necessário recorrer à Justiça.