A inflação continua avançando em Belo Horizonte. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pela Fundação Ipead-UFMG, subiu 0,94% em junho no comparativo com maio. No ano, o índice chegou a 6,78% e nos últimos 12 meses, a 9,40%. De acordo com a pesquisa, o que mais contribuiu para alta foram os reajustes nos planos de saúde. Seguros ficaram em segundo lugar e o aumento nas taxas de condomínios residenciais em terceiro, 2,17% a mais que no mês passado.
No caso dos condomínios, reajustes nas tarifas de água e energia elétrica foram as principais causas para os aumentos. Também contribuíram para a alta o reajuste do salário mínimo e da gasolina, que aconteceram logo no início do ano.
Na região metropolitana de Belo Horizonte, outro fator que pode ainda impactar na taxa mensal dos condomínios é a possível e provável sobretaxação da água, devido à crise hídrica. Em janeiro, a Copasa estabeleceu meta de 30% de economia no consumo, tanto para consumidores comerciais quanto residenciais; no entanto, a redução foi de apenas 15% e se a meta não for atingida até o fim de julho, a cobrança pelo consumo excedente pode começar em agosto.
“Com todos esses aumentos, é inevitável que a taxa condominial também se eleve, já que os gastos com o prédio são rateados entre todos os condôminos”, alerta o presidente do Sindicon, advogado especializado em direito condominial, Carlos Eduardo Alves de Queiróz.
Economia – Para evitar um impacto maior do que a capacidade de pagamento dos condôminos, todos devem economizar. Em relação à conta de luz, o síndico pode trocar as lâmpadas por modelos mais econômicos, instalar sensores de presença e fazer rodízio no funcionamento dos elevadores fora dos horários de pico.
Já com relação à água, especialmente em prédios sem hidrômetros individuais, todos os condôminos devem verificar se há vazamentos nas unidades e consertá-los imediatamente. Os funcionários devem ser orientados a não utilizarem mangueiras para lavar as áreas comuns e muito menos os passeios. Lavar o carro também, nem pensar. “São muitos os gastos para a manutenção mensal do condomínio. Por isso, o aumento virá. O quanto vai depender do comportamento dos condôminos. O prédio que economizar mais, terá aumento menor nas despesas”, afirma Carlos Eduardo.
Para reajustar a taxa, o síndico deve convocar uma Assembleia Geral Ordinária para mostrar aos condôminos o aumento das despesas e informar o percentual necessário de reajuste. Ele também deve ficar atento à inadimplência. Reajuste em época de aumento de desemprego pode significar um número maior de condôminos que não pagam a taxa, prejudicando todo o prédio.