A Polícia Militar prendeu, no dia 19 de abril, um homem de 18 anos, suspeito de integrar uma quadrilha de furtos e roubos a condomínios de Belo Horizonte. Ele, que é de São Paulo, foi flagrado tentando arrombar um apartamento no bairro Belvedere, região centro-sul da capital, na companhia de um comparsa. De acordo com o boletim de ocorrência, inicialmente, o porteiro deixou o suspeito entrar achando que se tratava de um morador; posteriormente, desconfiado, foi até o andar para onde a dupla se dirigiu e os surpreendeu tentando entrar na unidade, cujos proprietários estavam viajando. Com a ajuda de um outro funcionário, o porteiro conseguiu render o suspeito, que foi preso pela PM. O outro conseguiu fugir e é procurado.
Casos como esse se tornaram comuns nas grandes cidades. Criminosos bem vestidos encontram facilidade para entrar nos condomínios de luxo sem serem incomodados pela portaria. Em muitas dessas ocorrências, isso acontece porque os porteiros são repreendidos por moradores quando pedem a identificação das visitas e acabam deixando essa parte importantíssima da segurança de lado. Em outros casos, os profissionais não acreditam que pessoas “bem aparentadas” sejam capazes de cometer crimes, já que não se encaixam no “perfil de criminoso”.
Sem perfil – Entretanto, segundo o presidente do Sindicon MG, advogado condominialista, Carlos Eduardo Alves de Queiroz, ninguém está acima de qualquer suspeita. “Muitas vezes uma pessoa branca e bem vestida é interpretada como inofensiva, mas isso está longe de ser uma realidade. As quadrilhas especializadas em roubos dentro de condomínios são formadas por pessoas muito bem apessoadas, justamente para não levantar suspeitas. Por isso, a nossa recomendação é que ninguém tenha acesso ao condomínio sem ser identificado na portaria”, alerta o presidente. Se os moradores tiverem resistência à abordagem do porteiro aos convidados, o síndico deve ser alertado e conversar com os condôminos para explicar a necessidade desse cuidado.
Além disso, os condomínios também devem investir em equipamentos de segurança, como câmeras de boa qualidade e alarmes. “Graças às câmeras será possível que a polícia identifique os responsáveis pelos furtos que eventualmente acontecerem. Isso é fundamental para punir os criminosos e coibir práticas semelhantes”, salienta Carlos Eduardo.
Sem portaria – Já nos condomínios onde não há porteiros, os condôminos devem tomar diversos cuidados, como não deixar os portões abertos, não abrir o interfone para pessoas que não se identificaram; não permitir a entrada de entregadores, nem de pessoas com bonés, capacetes ou outros acessórios que dificultem a identificação. Adicionalmente, o síndico deve também instalar um bom sistema de câmeras e alarmes.
O Sindicon MG recomenda ainda que os condomínios façam parte da rede de vizinhos protegidos da Polícia Militar e liguem para o 190 sempre que perceberem movimentação suspeita.