O carnaval está se aproximando e a expectativa da prefeitura de Belo Horizonte é de receber quase cinco milhões de foliões neste ano. Além da área central, muitos bairros, que ficavam praticamente desertos nos anos em que BH exportava turistas, agora recebem blocos que atraem milhares de pessoas. Por isso, moradores e síndicos de condomínios têm que estabelecer regras de segurança para preservar o patrimônio e a integridade dos moradores.
A segurança no carnaval foi discutida em uma reunião na sede do Consep 20 (Conselho Comunitário de Segurança Pública), no início de fevereiro. O presidente do Sindicon MG, advogado especializado em direito condominial, Carlos Eduardo Alves de Queiroz, participou do encontro. O Conselho, que fica na sede do 16º Batalhão da Polícia Militar, no bairro Santa Tereza, região leste da cidade, um dos bairros preferidos para quem curte a festa de Momo. Na ocasião, a PM falou sobre como garantir a segurança nos blocos, orientando a comunidade a ficar atenta aos furtos, principalmente. É grande o número de ocorrências de furtos e roubos de celulares nos blocos. Centenas de casos foram registrados no ano passado.
Além disso, “é preciso também ficar de olho na segurança do condomínio. Um descuido pode permitir que criminosos aproveitem a época para entrar no prédio”, afirma Carlos Eduardo.
Temporada – Um grande motivo de preocupação nos últimos anos é o aluguel de apartamentos para curta temporada. Essa modalidade de hospedagem virou febre no mundo inteiro e é uma alternativa para os altos preços dos hotéis, principalmente no carnaval.
Entretanto, quando se trata de unidades em condomínio, a entrada de desconhecidos pode ser um problema, tanto que em diversos estados já há decisões judiciais proibindo a prática. “O síndico precisa ter um certo ‘controle’ de quem vive no condomínio. E as pessoas que moram nos prédios têm que seguir regras de conduta e segurança. Quando um apartamento começa a receber hóspedes pagantes, eles se sentem no direito de usar e abusar das dependência dos prédio como se fosse um hotel e isso não está certo”, diz o presidente do Sindicon MG. “Além disso, o aluguel de curta temporada desvirtua a finalidade do condomínio, que é de moradia, não de pensão”, conclui ele.
Vigilância – Se for viajar, o síndico deve, antes, fazer uma verificação completa nos sistemas de monitoramento do prédio para saber se as câmeras, cercas elétricas e alarmes estão funcionando corretamente. Se não estiverem, ele deve acionar a empresa responsável para fazer os reparos necessários. “Já aconteceram casos de síndicos que viajaram e tiveram que interromper o divertimento porque o sistema de segurança deu pane. É preferível verificar antes a ter essa dor de cabeça no meio do feriado”, alerta, Carlos Eduardo.
Ao mesmo tempo, os porteiros devem ser orientados a ficarem atentos à movimentação na rua, especialmente em locais muito desertos ou que, ao contrário, tem concentração de blocos de carnaval. Nesse segundo caso, entre as centenas de foliões que estão ali para se divertir, há sempre os mal intencionados, que aproveitam a festa para furtarem carteiras, celulares, etc. Eles também se aproveitam de brechas e entram nos edifícios para assaltar.
Moradores – Já quem vai ficar em casa durante o Carnaval e não tem porteiro, é imprescindível que tenha muito cuidado ao abrir o portão. Quem optar por fazer pedidos com entrega em casa não deve permitir que o entregador entre no edifício. Sempre busque o pedido na portaria. Também não abra o interfone para pessoas e oriente os idosos a desconfiarem de quem bate dizendo que tem parentes no prédio, mas não lembram o número do apartamento. Esse é um velho golpe que ainda pega muita gente desprevenida. Jamais abra o portão para quem estiver usando capacete. Vá à janela com freqüência para conferir o movimento na rua e não se esqueça de fechar o portão da garagem sempre que entrar ou sair do prédio.
Os síndicos devem repassar todas as orientações para condôminos e funcionários para garantir um carnaval mais seguro.