Dois bilhões e meio de pessoas no mundo não têm água potável para beber e quatro bilhões e meio não têm rede de esgoto adequada. Os dados são da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). A esmagadora maioria dessas pessoas está em países pobres da África, Ásia e América Central, mas isso não significa que a escassez de água não possa atingir países em desenvolvimento, como é o caso do Brasil, e industrializados, como os Estados Unidos.
Os dois países enfrentaram recentemente fortes períodos de estiagem que abaixaram os níveis dos reservatórios destinados ao consumo humano. Nos EUA, a crise hídrica foi mais evidente no estado da Califórnia e no Brasil, em São Paulo. Entretanto, diversas cidades de Minas Gerais também enfrentaram problemas e algumas, como Pará de Minas, na região central, tiveram que adotar rodízio de abastecimento e racionamento do uso.
Com o rompimento da barragem 1 da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, em janeiro, a região metropolitana de Belo Horizonte também poderá enfrentar problemas de abastecimento em caso de nova estiagem. Isso, porque os rejeitos de minério atingiram e poluíram o rio Paraopeba, principal manancial que abastece a cidade. Hoje, a captação nesse rio está suspensa e a demanda por água na capital está sendo suprida pelos reservatórios de Vargem das Flores e Serra Azul, que, segundo a Copasa, por enquanto dão conta do recado, mas podem passar por problemas se o período chuvoso não for intenso, a partir do fim do ano. Durante a crise hídrica, que começou em 2014, esses dois reservatórios eram os que apresentavam os menores níveis.
Por isso, na data em que se comemora, o Dia Mundial do Meio Ambiente (5 de junho), a economia de água e a preservação dos mananciais e nascentes se tornam uma necessidade ainda maior.
E o que os condomínios têm a ver com isso?
Para preservar a água, recurso finito e cada vez mais escasso, é preciso que toda a população tenha consciência da situação crítica que o mundo atravessa e faça um uso mais racional e eficiente. Os síndicos e condôminos podem contribuir adotando medidas simples de economia:
Problema | Solução |
Lavar áreas comuns e passeios com mangueira | Varrer com uma vassoura e, em seguida, se necessário, jogar água com balde |
Vazamentos em paredes ou torneiras | Ao serem percebidos, providencie o conserto imediatamente |
Manter a torneira ligada o tempo todo durante a higiene pessoal | Ao tomar banho, lavar as mãos e escovar os dentes, só abra a torneira na hora de enxaguar |
Medidor de consumo coletivo | Substituir, caso seja viável física e financeiramente, por medidores individuais |
Piscinas sem manutenção | Faça a manutenção periódica, tampando a piscina sempre que não for usada, para evitar a evaporação da água, e verifique se as bombas estão funcionando corretamente |
Manutenção do jardim | Como chove menos no inverno, as pessoas tendem a molhar as plantas todos os dias. Procure saber se as espécies plantadas realmente precisam de tanta água e, caso contrário, modere o uso. Dê preferência ao regador e não à mangueira. |
Limpeza de carros | Nem todos os condomínios permitem lavagem de carros, mas essa dica vale assim mesmo. Evite lavar o carro para passar o tempo. Entre uma conversa e outra com a mangueira ligada, muitos litros d’água são desperdiçados. Espere o carro estar realmente sujo e leve a um lava jato que tenha compromisso com a economia de água |
Essas medidas, além de colaborarem com o meio ambiente, também trarão economia na conta de água, um apelo muito significativo, principalmente em tempos de crise financeira e desemprego. Quanto menos contas a pagar, melhor.
Com tanta água no Brasil, muita gente acredita que esse recurso nunca se esgotará, mas a verdade é que ela está acabando sim e é preciso que todos se esforcem para evitar que as futuras gerações sofram as consequências do desperdício.