Em cidades grandes com alto índice de violência, como Belo Horizonte, é quase senso comum que morar em condomínio é bem mais seguro do que em casa. No entanto, não são raros os casos de assaltos em unidades habitadas. Muitas vezes, os assaltantes são ousados e se arriscam escalando muros ou fachadas. Outras vezes, simplesmente se aproveitam da displicência de um morador que deixou o portão aberto.
Esse último caso vem acontecendo com frequência. São diversos os relatos neste início de ano de furtos em garagens de prédios. Os ladrões se aproveitam de uma falha no sistema de segurança ou da distração dos moradores para entrarem no condomínio e furtarem motos, bicicletas, material para churrasco, brinquedos e outros pertences que ficam em áreas de fácil acesso.
Quando o sistema de câmeras está funcionando corretamente, é possível levar as imagens para que a polícia identifique o criminoso. Mas, quando os equipamentos são falhos, o trabalho de investigação pode ser prejudicado.
Pensando nisso, o Sindicon MG, destacou alguns pontos importantes que devem ser observados pelo síndico para deixar o prédio mais seguro:
1 – Oriente todos os condôminos a verificarem se o portão realmente fechou depois que eles passaram. Alguns portões têm mola hidráulica ou dobradiça que absorvem impacto e fazem com que o fechamento seja mais lento. Principalmente neste caso, é imperativo que a pessoa não se afaste enquanto o portão não estiver fechado e trancado.
2 – Instale alarmes sonoros. O barulho chama a atenção para o portão que fica aberto mais do que o necessário para entrada ou saída. Assim, quem passar vai ser avisado de que a portaria não está fechada.
3 – Instale interruptores de abertura próximos a cada portaria. Prédios com mais de um bloco costumam ter um portão geral e portas nas entradas dos blocos. Para evitar que as entradas fiquem abertas por muito tempo, é conveniente manter um interruptor específico e próximo a cada uma delas, de modo que quem passar abra e feche cada porta por vez.
4 – Verifique se os controles do portão da garagem estão funcionando corretamente e mantenha um tempo não muito longo para o fechamento automático, para evitar que um oportunista se aproveite do esquecimento de algum motorista que saiu e não acionou o fechamento.
5 – Mantenha o sistema de monitoramento e vigilância em perfeito funcionamento. Assim, o síndico, o porteiro ou a empresa de segurança privada podem saber se os portões estão abertos ou fechados, quem se esqueceu de fechar e se algum estranho entrou no edifício sem autorização.
Para garantir o cumprimento dessas e outras orientações importantes, o síndico pode enviar circulares regularmente aos condôminos, bem como fixá-las nas áreas comuns, quadro de avisos e próximos às portarias. Se houver muita indisciplina com relação à segurança, uma assembleia pode alterar o regimento interno e a convenção para estabelecer penalidades, como multa, ao condômino que for flagrado deixando os portões abertos.
Polícia – Outra dica importante é que o condomínio participe da Rede de Vizinhos Protegidos da Polícia Militar para ter contato mais direto com o batalhão que atende o bairro e aprenderem com a corporacão dicas valiosas para identificar atitudes suspeitas próximas ao edifício. E sempre que houver algum furto ou roubo, não exite em chamar a polícia. “Quando o furto é de menor valor, muitas pessoas acham que o trabalho de registrar o boletim de ocorrência não vale a pena. Porém, quando o cidadão toma essa atitude, ele contribui para que a polícia saiba que naquela rua ou naquele bairro está havendo determinado tipo de crime e passe a patrulhar melhor a área. Esse também é um importante instrumento de cobrança da sociedade por uma cidade mais segura”, orienta o presidente do Sindicato dos Condomínios Comerciais, Residenciais e Mistos de Minas Gerais (Sindicon MG), advogado especializado em direito condominial, Carlos Eduardo Alves de Queiroz.
O mais importante é que o síndico consiga estabelecer rotinas de segurança para evitar que a criminalidade alcance o condomínio.