Quando se fala em segurança de elevadores, muitas vezes se pensa apenas naquela verificação básica, como se as portas estão fechando corretamente e se não há degrau quando ele para em um determinado andar. Esses itens são importantíssimos, claro, mas não são os únicos a serem testados e esse é o maior problema. Muitos síndicos acabam não sabendo que, quando se fala em correto funcionamento do sistema de segurança do elevador, também deve-se pensar nos mecanismos não visíveis e às vezes, negligenciados.
Pensando nisso, a Associação de Engenharia Mecânica e Industrial de Minas Gerais (Abemec-MG), o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG), com o apoio do Sindicon MG e outros parceiros, realizaram entre os dias 15 e 17 de dezembro o curso Testes Periódico em Elevadores. As aulas foram voltadas para profissionais da área de manutenção de elevadores e totalmente virtuais, respeitando os limites impostos pela pandemia de coronavírus. A transmissão partiu do auditório do Sindicon MG e foi vista por engenheiros e técnicos de todo o país.
Um dos conceitos mais importantes discutido durante as aulas foi a diferença entre inspeção, manutenção de elevador e teste. Segundo o engenheiro mecânico, diretor da Abemec-MG e Conselheiro do Crea-MG, Ronaldo Bandeira, a inspeção feita pelas prefeituras, via de regra, apenas verifica se os documentos de manutenção dos elevadores estão em dia e não se houve ou não a realização de testes de segurança.
Isso não significa que as empresas e os condomínios devem abrir mão dos testes de segurança. São quatro pontos fundamentais:
- Teste de pára-choque: O pára-choque absorve o impacto em caso de problema com os freios;
- Limitador de velocidade: não deixa que o elevador exceda a velocidade de projeto;
- Freio de segurança: na hipótese dos cabos arrebentarem ou de exceder a velocidade de projeto, esse dispositivo freia o elevador;
- Freio eletromecânico: para o elevador todas as vezes que ele chega ao andar selecionado. O teste verifica se ele está operacional.
Caso algum desses componentes não funcione corretamente, a possibilidade de acontecer um acidente aumenta; daí a importância dos testes, conforme explica Ronaldo Bandeira. “O objetivo é testar se os equipamentos de segurança estão operacionais, aumentando a segurança dos elevadores e reduzindo as chances de um acidente”, diz ele.
Justamente por isso, os condomínios devem ficar atentos a esses detalhes. “Mesmo que a prefeitura não cobre, é importante que o síndico peça que as empresas façam os testes, com comprovação posterior, para garantir a segurança dos condôminos e demais usuários dos elevadores”, recomenda o presidente do Sindicon MG, Carlos Eduardo Alves de Queiroz.
Esse foi o primeiro curso voltado especificamente para a formação de profissionais para fazerem os testes desses quatro itens de segurança dos elevadores; por isso, a orientação do Sindicon MG é que o síndico procure empresas com técnicos e engenheiros que participam desse tipo de capacitação.