A Polícia Civil de Minas Gerais, por meio da 2ª Delegacia de Furtos e Roubos (Depatri), prendeu em flagrante, em meados de janeiro, dois suspeitos de aplicarem golpes, principalmente contra mulheres idosas.
Segundo as investigações, eles ligavam para a casa da vítima e se identificavam como funcionários do banco onde a pessoa tinha alguma conta corrente ou algum cartão de crédito. Comunicavam que ela estava sendo vítima de um golpe, questionando-a se reconhecia algum tipo de compra ou transação bancária. A vítima, então, dizia que não reconhecia, justamente por nunca ter ocorrido tal movimentação. A partir daí, os golpistas diziam que precisavam realizar procedimentos de segurança. Entre esses procedimentos, incluía-se fazer uma carta à Polícia Civil comunicando que havia caído em um golpe e fazer a entrega de seu cartão e senha para um motoboy, em um envelope lacrado. De posse do cartão, os golpistas faziam saques e compras.
Para dar credibilidade, os suspeitos pediam, ainda, que as vítimas ligassem para o número telefônico que consta no verso do cartão, mas sem que a ligação com ela se interrompesse. Assim, a vítima acabava ligando para os próprios golpistas. Eles colocavam até uma secretária eletrônica imitando o banco.
A equipe de investigação conseguiu identificar, pelo menos, dez vítimas, mas avalia chegar a um número maior.
Depois da prisão dos dois estelionatários, dois condôminos de um prédio no Barro Preto, na região centro-sul de Belo Horizonte, relataram ao presidente do Sindicon MG, advogado especializado em direito condominial, Carlos Eduardo Alves de Queiroz, terem caído no mesmo golpe. Ou seja, existem várias quadrilhas atuando da mesma maneira.
O golpe é muito sofisticado; muitas pessoas bem esclarecidas e diligentes acabam caindo nele. Por isso, se você receber esse tipo de ligação, NUNCA:
1 – ligue para o número do cartão do mesmo telefone em que recebeu a ligação avisando de um suposto golpe. Desligue e ligue para o seu banco por outro número;
2 – passe a sua senha para atendentes que ligam para você;
3 – entregue o cartão do banco para pessoas desconhecidas, muito menos motoboy que tocar o seu interfone.
Você DEVE:
1 – manter um relacionamento estreito com o seu gerente;
2- ter um bom antivírus em todos os aparelhos eletrônicos em que você digita dados pessoais e/ou utiliza o internet banking;
3 – Procurar a polícia e o banco assim que perceber movimentações estranhas na sua conta;
4 – Procurar saber qual a política de segurança e privacidade do seu banco ou da operadora do cartão de crédito. Essas informações são encontradas no site oficial do banco ou do cartão ou quando você liga por iniciativa própria para a central de relacionamento das empresas.
Desconfie sempre de ligações de pessoas que pedem informações sobre seus dados pessoais ou bancários. Nenhum banco manda motoboy para pegar o cartão de crédito do cliente. Não entregue, nem empreste e nem passe a senha do seu cartão, da sua conta e do seu internet banking para ninguém.
A criatividade dos bandidos para aplicar golpes é imensa. Proteja-se!
*com informações da Polícia Civil de Minas Gerais