Os habitantes de Minas Gerais, especialmente da Região Metropolitana de Belo Horizonte, foram convocados pelo governo de Minas e pela Copasa a reduzirem em 30% o gasto de água. O apelo veio depois que a Companhia de Saneamento de Minas Gerais tornou pública a situação crítica de vários reservatórios. Se não chover e o consumo não diminuir, a grande BH pode enfrentar racionamento. Fora isso, o governador Fernando Pimentel já avisou que vai haver sobretaxa no consumo. Em cerca de três meses, vai pagar mais pela água quem consumir mais que a média do ano passado.
Para os condomínios que não tem medição de água individualizada, a redução vai depender de mobilização e esforço conjunto entre todos os condôminos, já que é praticamente impossível saber quem está gastando mais ou menos.
Segundo o presidente do Sindicon, advogado especializado em direito condominial, Carlos Eduardo Alves de Queiróz, a primeira medida que o síndico deve providenciar é a verificação de todo o prédio em busca de possíveis vazamentos. Para isso, ele pode contratar um bombeiro e dividir os gastos entre todas as unidades. Caso sejam encontrados problemas em alguma unidade, o conserto pode ser providenciado pelo condomínio e depois cobrado do proprietário, junto com a taxa mensal. “Esse é o caminho mais fácil, já que muitos condôminos fogem da obrigação de reparar os vazamentos”, explica Carlos Eduardo.
Caso a situação se prolongue e fique comprovado que o vazamento de uma unidade está prejudicando o prédio, o síndico, em assembleia, pode aprovar uma penalidade, normalmente multa, para incentivar o condômino a corrigir o problema.
Também é necessário conscientizar moradores e funcionários a economizar a água na hora de limpar. É preciso substituir a mangueira pela vassoura na limpeza das áreas comuns. Também é possível reaproveitar água da máquina de lavar para limpar áreas privativas e passar pano no chão. Já nos edifícios com piscina, o ideal é evitar a troca de água, dando preferência ao tratamento daquela que já está lá.
Mas, o recurso mais eficiente para a economia de água é a individualização da medição. Os hidrômetros individuais já fazem parte dos projetos dos prédios mais novos, mas também podem ser adaptados nos edifícios antigos. Hoje, existem empresas que fazem trabalho sem sequer a necessidade de entrar nos apartamentos; a leitura é eletrônica.
“O mais importante é que os condôminos saibam a importância de cada um fazer a sua parte, independente do tamanho da unidade ou de quantas pessoas a ocupam. Todos tem que colaborar para que um não prejudique o outro”, conclui Carlos Eduardo.