Nos últimos meses, o Brasil tem testemunhado diversos casos de pessoas que perderam a vida ao caírem de janelas ou varandas de condomínios.
O mais recente é o da garotinha de seis anos que morreu no dia 11 de junho, em Praia Grande (SP), que pode ter sido fruto de um acidente doméstico que aconteceu porque ela foi deixada sozinha, de madrugada, pelo pai, de acordo com as informações da Polícia Civil paulista. Em outros casos, as quedas são resultado de crime, em contexto de violência doméstica, como o que aconteceu em Maceió (AL), no dia 23 de maio, quando uma mulher jogou o enteado de seis anos pela janela durante uma briga com o pai da criança. Também não faltam relatos de feminicídios e de pessoas que tiram a própria vida.
Para além da tragédia social, que só faz aumentar os índices de mortes violentas no país, essas quedas evidenciam a necessidade de preocupação com a segurança nos condomínios, especialmente aqueles mais altos. De acordo com o presidente do Sindicon MG, advogado especializado em direito condominial, Carlos Eduardo Alves de Queiroz, tanto o síndico quanto os condôminos devem discutir meios para tornar o edifício mais seguro. “O síndico pode convocar uma assembleia exclusiva para que se encontre maneiras de proteger janelas e varandas, principalmente se o prédio tem muitas crianças. Grades ou telas bem resistentes são algumas alternativas mais comuns e que podem evitar tragédias”, diz ele.
Além disso, é preciso lembrar que em Minas Gerais é obrigatória a denúncia de casos de violência doméstica em condomínios. A denúncia pode ser feita pela delegacia virtual da Polícia Civil pelo endereço delegaciavirtual.sids.mg.gov.br, pelo 190 da Polícia Militar ou pelo Disque Denúncia 181. “As pessoas têm receio de denunciar, mas já foi-se o tempo em que se fazia vista grossa para a violência doméstica. É preciso que tanto síndico quanto vizinhos chamem a polícia caso escutem brigas que demonstrem que a situação está saindo do controle. Essa iniciativa pode salvar uma vida”, afirma Carlos Eduardo.