Dizem que o “olho do dono é que engorda o gado”. O ditado popular com tema rural também serve para diversas situações urbanas, inclusive para os condomínios, principalmente quando se trata da escolha do síndico. É fato que dificilmente algum condômino aceita assumir um mandato de boa vontade. Entretanto, existem algumas vantagens que o condomínio obtém somente com o síndico orgânico.
Presença – A primeira delas é, obviamente, a proximidade com os condôminos e maior disponibilidade para resolver os assuntos que surjam. Um vazamento repentino ou a necessidade de organização de horários de funcionários, por exemplo, ficam bem mais fáceis de serem equacionados se o síndico estiver no condomínio.
Isso não significa que o síndico vai ficar 24 horas por dia disponível. Aliás, quando os condôminos não respeitam os horários definidos pelo gestor e mandam mensagens insistentemente com cobranças e até ofensas, pode ficar caracterizado o crime de stalking.
Atenção aos cuidados – Outra vantagem é que o síndico orgânico tem um olhar mais apurado em relação à estrutura do prédio e, se percebe que algo está errado, terá mais proatividade para tentar corrigir. Um exemplo disso são as trincas e rachaduras que aparecem pelo desgaste da edificação. Quem está diariamente no local percebe com mais facilidade o problema e age mais rapidamente para corrigi-lo.
Zelo com as contas – Mais um ponto positivo é o controle das contas. O síndico orgânico sabe que ele também contribui para o rateio de despesas, ainda que tenha isenção da taxa condominial ou que receba o pro labore. Isso porque despesas extras ou com obras continuam divididas entre todos os condôminos. Por isso, esse gestor terá mais zelo com os recursos do condomínio.
“É claro que essas vantagens são num cenário ideal, onde cada condômino que exercer a função de síndico vai ter o zelo e a responsabilidade de gerir com a maior eficiência aquilo que é de todos, inclusive dele. E a grande maioria dos síndicos orgânicos é assim. Por isso, sempre incentivamos que os condôminos aceitem a tarefa, ainda que possa tomar tempo ou ter algum desgaste. Ninguém cuida do nosso patrimônio como nós mesmos”, reflete o presidente do Sindicon MG, advogado condominialista Carlos Eduardo Alves de Queiroz.
Participação – Mas, para que tudo isso dê certo, é essencial a participação dos condôminos. As assembleias condominiais costumam ficar vazias, com menos de 10% de presença das unidades. O ideal é que todos compareçam para debater e decidir sobre as questões mais importantes para o condomínio. Além disso, é essencial que o Conselho Fiscal seja atuante na conferência dos balancetes e que todos acompanhem o que está sendo feito pela gestão.