Agressão a mulher em condomínio de Natal mostra a importância do auxílio e monitoramento

13/08/2025 | Segurança

Crédito da foto - Reprodução - câmera de segurança

Um porteiro foi fundamental para a prisão do jogador de basquete Igor Eduardo Cabral, de 29 anos, que atacou a namorada com 61 socos dentro de um elevador de um prédio de Natal (RN). O funcionário do condomínio viu a agressão pelas câmeras de segurança do equipamento e imediatamente acionou a Polícia Militar, que prendeu o agressor em flagrante. A prisão imediata é importante para que o criminoso não fuja e facilita com que ele responda ao inquérito preso, protegendo a vítima.

O triste episódio ensinou três importantes lições para toda a comunidade condominial.

1 – Em briga de casal se mete a colher – A primeira e mais importante é que, ao ver uma mulher em situação de violência doméstica, funcionários, vizinhos e síndicos devem tomar providências para auxiliá-la. Chamar a polícia imediatamente é a principal delas. Os condôminos também devem oferecer acolhimento, sem julgamentos, e auxiliar o inquérito como testemunhas, caso tenham presenciado agressões físicas e verbais contra a vítima.

Esse auxílio é especialmente importante diante dos números da violência doméstica no país. A Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180 – registrou 86.025 denúncias de violência contra mulheres de janeiro a 31 de julho de 2025. Conforme informações da Agência Brasil, em 40.933 casos (47,58%), o suspeito era parceiro ou ex-parceiro da mulher vítima. Ainda foram ainda registrados, no período, 4.588 casos (5,3%) de violência cometida por vizinhos, 9.883 mantinham outros tipos de relação com a vítima e em outras 7.589 (8,8%) ocorrências, o vínculo não foi declarado. Os dados foram divulgados no dia 7 de agosto, quando a Lei Maria da Penha (11.430/2006) completou 19 anos. Por causa da lei, o mês é conhecido como Agosto Lilás.

2 – Qualificação profissional – A segunda lição é a necessidade de ter profissionais qualificados trabalhando nos condomínios. No caso de Natal, o porteiro viu a situação e soube agir prontamente. Infelizmente, não são poucos os casos em que testemunhas “olham para o outro lado” quando veem uma mulher sendo agredida. Permitir que os funcionários façam cursos de capacitação para essa e outras situações de risco é fundamental para ter um condomínio mais seguro.

3 – Monitoramento constante – Por fim, os condomínios devem investir em um bom sistema de monitoramento, com câmeras nas áreas comuns e também nos elevadores. Em entrevista à imprensa, a vítima disse que permaneceu no equipamento justamente para que a agressão fosse filmada pelas câmeras. Isso facilita a comprovação do crime, impedindo que o autor minta sobre o que aconteceu.

“O ideal seria que as pessoas soubessem conviver em sociedade e que esse tipo de crime não acontecesse. Num mundo ideal, não seria necessária tanta vigilância. Infelizmente, estamos longe dessa utopia. Por isso, recomendamos que o síndico tome todas as medidas possíveis para prevenir ou combater ocorrências policiais nos condomínios” , comenta o presidente do Sindicon MG, advogado condominialista, Carlos Eduardo Alves de Queiroz.

Em caso de violência doméstica, a vítima ou testemunhas podem ligar para o 190 (Polícia Militar), 180 (Central de Atendimento à Mulher), 181 (Disque-Denúncia) ou Disque 100 (Direitos Humanos). A denúncia pode ser anônima.

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