O mês de abril foi escolhido pela Organização Mundial da Saúde como o período de conscientização do Transtorno do Espectro Autista (TEA). Por isso, o mês foi batizado como Abril Azul. A estimativa é de que mais de 70 milhões de pessoas no Brasil sejam autistas. O número de diagnósticos vem crescendo no país e hoje é de um para 36 nascidos vivos.
O transtorno não se manifesta em todas as pessoas da mesma maneira e é preciso um diagnóstico e acompanhamento com profissionais especializados para que o portador e a família possam ter uma melhor qualidade de vida.
Porém, um dos fatores para que as pessoas com TEA possam viver bem é o acolhimento da comunidade ao seu redor. Em condomínios, é fundamental o respeito dos demais moradores, que precisam compreender que alguns comportamentos que podem parecer antissociais não são propositais e, por isso, não devem virar motivo de conflito. “Não é fácil para a família ter que redobrar os cuidados com uma criança ou adolescente autista, dependendo da severidade que ele apresenta. Se tiver ainda que lidar com preconceito, é pior. Por isso, recomendamos que todos no condomínio sejam respeitosos e mais, carinhosos com essas pessoas”, afirma o presidente do Sindicato dos Condomínios Comerciais, Residenciais e Mistos de Minas Gerais (Sindicon MG), advogado especializado em direito condominial, Carlos Eduardo Alves de Queiroz.
Solidariedade – Além disso, toda a comunidade condominial pode ajudar a família num momento de dificuldade. Um exemplo é se o barulho de uma festa estiver perturbando a pessoa autista (eles costumam ter bastante sensibilidade a ruídos), o vizinho se dispuser a abaixar o som de boa vontade.
Outra ajuda é não insistir em puxar conversa ou cumprimentar fisicamente (com abraço ou aperto de mão) quem tem TEA, já que para eles o contato direto é bastante desconfortável e pode desencadear crises. E, o mais importante, não isolar a pessoa autista, principalmente a criança, impedindo que os próprios filhos brinquem com ela.
“Devemos tratar os outros como gostaríamos de ser tratados; portanto, sem discriminação. O preconceito apenas reforça o estigma e cria situações desagradáveis. O síndico deve agir sempre no sentido de orientar os moradores a acolherem e respeitarem os autistas e suas famílias, sem excessão”, conclui Carlos Eduardo.