Com o Réveillon e o período de férias batendo à porta, muita gente aproveita para viajar e aproveitar os dias de folga longe de casa. O descanso é bem vindo, mas só é completo se o apartamento estiver protegido contra os perigos de um condomínio vazio (ou quase) nessa época do ano. Por isso, antes de arrumarem as malas, síndicos e condôminos devem ficar atentos às medidas de segurança para evitar invasões.
Muitos prédios já têm sistemas eletrônicos de vigilância, como câmeras de monitoramento e portaria eletrônica. Esses aparelhos são muito úteis, mas devem estar com a manutenção em dia. O síndico deve checar se todos os equipamentos estão funcionando corretamente, se nenhuma câmera está desligada ou fora da posição correta e se as imagens estão chegando nitidamente aos monitores.
Portaria – Já nos condomínios com porteiros, principalmente os que têm maior fluxo de visitantes, como os fechados com área de lazer, deve haver rigor na verificação de quem entra ou sai. É fundamental que os síndicos, juntamente com moradores, adotem critérios para a entrada de pessoas de fora, como cadastro com nome completo e número da identidade, por exemplo, além da comunicação prévia aos porteiros com o provável horário da chegada do visitante. “Pode parecer exagero, mas não é. Temos várias notícias de arrastões e diversos outros crimes graves que acontecem dentro de prédios. Em muitos casos, não houve verificação eficaz de quem estava entrando. Por isso, é preciso que toda a comunidade que vive ali se una em torno de medidas de segurança”, alerta o presidente do Sindicato dos Condomínios Comerciais, Residenciais e Mistos de Minas Gerais (Sindicon MG), advogado especializado em direito condominial, Carlos Eduardo Alves de Queiroz.
Reclamações – Muitas vezes, os moradores ficam irritados com o rigor para a autorização da entrada de um visitante ou com a proibição do acesso ao prédio de entregadores de comida ou encomendas. No entanto, segundo Carlos Eduardo, as regras rígidas são para a proteção dos próprios condôminos e devem ser respeitadas. “Tem gente que não gosta e chega a brigar com porteiros e síndicos. Contudo, a regra é para todos e não se fazem exceções”, afirma ele.
Os síndicos também devem orientar os condôminos, especialmente crianças ou mais velhos a não abrir a porta para visitantes que não se identificam ou contam histórias mirabolantes para entrar no prédio. “Pessoas com capacete ou outro objeto tampando o rosto, gente que diz que vai visitar parente e esqueceu a chave, ou que não sabe o número do apartamento de cor e pede para abrir o portão, ou ainda os que chamam na portaria para pedir informação devem ser barrados. Não pode abrir para eles de jeito nenhum, porque as chances de serem assaltantes são altas. Tem prédios que restringem até o acesso dos Correios e outras empresas de entrega de encomendas por questão de segurança”, ressalta o presidente.
Curta Temporada – Os condomínios devem proibir os aluguéis de curta temporada por questão de segurança. Inclusive, mais uma decisão recente do Superior Tribunal de Justiça (STJ) permite que os condomínios atualizem as convenções para proibir esse tipo de hospedagem.
Quando os apartamentos passam a se tornar hotéis, o síndico e o porteiro perdem o controle de quem está frequentando o condomínio. “Podem ser pessoas bem ou mal intencionadas”, diz Carlos Eduardo.
Além disso, a maioria dos hóspedes não vai se importar em ler o Regulamento Interno do prédio e se comportar de acordo com as normas. Já houve casos de pessoas levando gente de fora para usar a piscina, bebendo e deixando garrafas na área comum e até usando drogas no prédio. “O aluguel por curta temporada é um desvio da função do condomínio que é de moradia, não pousada ou hotel”, afirma o presidente.
Outras dicas de segurança também são válidas: verificar se o portão da garagem está fechado sempre que entrar ou sair; observar a presença de pessoas desconhecidas paradas por muito tempo na porta do prédio; chamar a PM sempre que suspeitar de movimentação estranha.