Em época de férias, os mineiros gostam de receber ou ser recebidos em casa de parentes, especialmente se o local tiver uma boa área de lazer que reúna a família toda. Para quem mora em Belo Horizonte ou na região metropolitana, a maior chance é que esse “oásis” de férias seja o condomínio que tenha estrutura de clube, com piscinas, quadras, salão de festas ou churrasqueira. Normalmente, nesses edifícios a taxa é mais elevada para dar conta da manutenção de todo esse conforto. Por isso, é preciso atenção para que entre janeiro e o fim do carnaval não haja elevação significativa nos gastos, principalmente de água.
Assim, o síndico deve ficar atento à movimentação no prédio e ao crescimento no número de pessoas nesta época. Se isso acontecer, ele deve promover uma campanha de conscientização sobre o uso da água, especialmente se o consumo não for individualizado.
Em prédios em que a água entra no rateio, acontece de moradores de áreas privativas, por exemplo, extrapolarem no uso, permitindo que crianças tomem banho de mangueira ou mesmo enchendo piscinas de plástico. Porém, as convenções e regimentos internos costumam proibir essa prática, já que todos os condôminos acabariam arcando com o gasto para lazer de um só.
Outro cuidado necessário é de alertar os moradores para o tempo no banho. Se uma unidade que abriga um morador sozinho ou uma família pequena recebe parentes, obviamente mais gente usará o chuveiro; por isso, controlar o tempo no banho é essencial.
O presidente do Sindicon MG, advogado especializado em direito condominial, Carlos Eduardo Alves de Queiroz, acredita que a chegada de visitantes provoca aumento nos gastos comuns. Segundo ele, o síndico não pode proibir que os moradores recebam visitantes, mas deve esclarecer sobre a necessidade de economia. “Não tem como proibir. Então, o síndico deve fazer uma campanha interna sobre o consumo consciente de água. No verão, já tem um aumento normal no consumo; se acrescentarmos mais pessoas nas unidades, vai aumentar e muito o custo da água”, alerta ele.
Segurança – Ainda segundo Carlos Eduardo, outra questão importante a se verificar no período de férias é o aluguel de temporada. Hoje em dia, vários sites de hospedagem permitem que proprietários de imóveis ofereçam quartos para hóspedes, como uma maneira de ganhar uma renda extra. Porém, segundo o presidente do Sindicon MG, a prática pode trazer, além de aumento nos gastos, insegurança para o condomínio. “Os visitantes ficam alguns dias e têm acesso a todas as áreas do prédio, recebem chaves e ficam livres para circular por ali. Isso é um perigo, porque o síndico não consegue controlar o fluxo dos que entram e saem, tornando os apartamentos alvos fáceis para criminosos”, afirma ele.
De acordo com Carlos Eduardo, o ideal é que os moradores informem ao síndico se estiverem esperando muitos hóspedes e por quanto tempo para que haja mais segurança no acesso e controle de gastos no condomínio.