Os recentes casos de febre maculosa em humanos registrados em Belo Horizonte – que inclusive provocou a morte de uma criança no início deste mês – acendem também a discussão sobre a saúde de animais domésticos.
Os registros de contração da doença estão associados às capivaras que habitam a região da Pampulha. No entanto, aves domésticas e cachorros também podem ter carrapatos grudados ao corpo. Em condomínios, é cada vez mais comum a presença de cães nos apartamentos. Muitas vezes, em uma unidade vivem dois ou mais animais.
Para evitar que casos como esses aconteçam nos prédios, o Sindicon – Sindicato dos Condomínios Comerciais, Residenciais e Mistos de Belo Horizonte e Região Metropolitana – recomenda alguns cuidados.
O primeiro deles é que os síndicos de prédios com muitos animais dedetizem o condomínio regularmente. “Assim, não só diminui o risco de carrapatos, mas também de outras pragas urbanas”, explica o presidente do Sindicon, advogado especializado em direito condominial, Carlos Eduardo Alves de Queiroz. O presidente também afirma que os cães não devem ser deixados soltos nas áreas comuns. Em elevadores, deve-se evitar o contato direto com animais desconhecidos. “Muita gente adora cachorro e sempre que vê principalmente os pequenos, quer passar a mão. A convivência com os bichinhos é saudável e até estimulada, mas o contato deve acontecer apenas com aqueles animais que a pessoa conhece. Não se deve acariciar cachorros de que não se sabe a procedência”, diz ele.
Além disso, os donos dos cachorros também têm que estar em dia com a saúde dos pets. É preciso utilizar coleiras e medicamentos repelentes, de acordo com o indicado pelo veterinário, principalmente se for passear com o bichinho na Pampulha. O proprietário também deve checar o corpo do animal sempre que voltar do passeio para se certificar que não há carrapatos agarrados entre os pelos, principalmente se notar que o bichinho esta com coceira fora do normal.
Febre Maculosa – A febre maculosa é uma doença transmitida pelo carrapato-estrela ou micuim da espécie Amblyomma cajennense infectado pela bactéria Rickettsia rickettsii. Para haver transmissão da doença, o carrapato infectado precisa ficar pelo menos quatro horas fixado na pele das pessoas. Os mais jovens e de menor tamanho são vetores mais perigosos, porque são mais difíceis de serem vistos.
Os sintomas são febre alta, dor no corpo, dor da cabeça, inapetência, desânimo. Depois, aparecem pequenas manchas avermelhadas, as máculas, que crescem e tornam-se salientes, constituindo as maculopápulas.
A febre maculosa brasileira tem cura desde que o tratamento com antibióticos (tetraciclina e clorafenicol) seja introduzido nos primeiros dois ou três dias. O ideal é manter a medicação por dez a quatorze dias, mas logo nas primeiras doses o quadro começa a regredir e evolui para a cura total.
Fonte: https://drauziovarella.com.br/doencas-e-sintomas/febre-maculosa-2/